domingo, 28 de outubro de 2012

Dente de Leão Taraxacum Officinale

Dente-de-Leão, Taraxacum Officinal


Foto 01 - Dente-de-Leão com 4 flores abertas em "escapos" aproximadamente do mesmo tamanho. LINDO!



Família: Asteraceae
Nome científico: Taraxacum officinale
Nome Comercial: Dente-de-Leão
E uma infinidade de nomes vulgares segundo os textos consultados:
alface-de-cão, alface-de-côco, amargosa, amor-dos-homens, chicória-louca, chicória-silvestre, coroa-de-monge, dente-de-leão-dos-jardins, frango, leutodonte, quartilho, radite-bravo, relógio-dos-estudantes, salada-de-toupeira, soprão, taraxaco, taraxacum. Diente de leon (espanhol), dent de lion (francês), dandelion, lion's tooth (inglês), tarassco comune e dente di leone (italiano)

Planta herbácea anual, de pequeno porte, com altíssimo valor medicinal e nutricional, 




Foto 02 - Dente-de-Leão, 3 flores: uma aberta e 2 fechadas... e algumas folhas.

As Flores do "Dente-de-Leão" são do tipo capítulo e crescem nas extremidades de escapos ou falsos caules como se vê na imagem. Os caules verdadeiros, via de regra, têm folhas, antecedem as folhas; estes, do "dente-de-leão", não têm folhas...
"Dente-de-Leão" distingue-se das outras plantas semelhantes devido a estas suas características e também porque as suas flores são maiores



Foto 03 - "Dente-de-leão" este ainda não deu flor...





O Dente-de-Leão
É uma das plantas medicinais mais "respeitadas" e conceituadas que conheço e, no entanto, é vulgar; cresce espontânea por aí sendo frequentemente tratada como "erva daninha"... devido à ignorância.




Foto 04 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L. A planta completa, com "escapo" e respectiva flor que, neste caso se encontra fechada

Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L
É uma Planta que não tem caule. É constituída por uma roseta de folhas que saem directamente da raiz (do solo).





Foto 05 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L





Foto 06 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L
As folhas têm forma de "dente de leão"




Foto 07 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L A parte de trás das folhas


A Planta não tem caule. É constituída por uma roseta de folhas que saem directamente da raiz (do solo). As folhas são alongadas e recortadas até à nervura central formando segmentos semelhantes a "dente de leão" (como se vê nas fotos). Cada folha pode ter até 15 destes segmentos ficando o pecíolo e a nervura central com uma expansão alada. Os segmentos laterais (dente de leão) são assimétricos. O segmento terminal é aproximadamente triangular. As flores são amarelas, liguladas e hermafroditas (com os 2 sexos). As flores do "Dente-de-Leão" têm uma característica interessante que é comum a muitas outras flores do mesmo tipo: fecham à noite e em dias cinzentos ou chuvosos. Só têm o aspecto exuberante que as imagens documentam em dias de sol... fecham e abrem, fecham e abrem até que, finalmente, fecham durante vários dias e transformam-se em "frutos" ou sementes cuja estrutura é propícia a permitir que se espalhem voando com o vento. Diz-se então que as flores se transformam em estruturas globosas formadas por frutos secos do tipo esquénio com estrutura alada formada por um estilete muito fino com pêlos sedosos que voam facilmente e se dispersam com o vento, espalhando as sementes...
Portanto, a planta propaga-se através de sementes... Há quem diga que é possível a propagação por divisão de touceiras.



Foto 08 - A folha do "Dente-de-Leão". Cada uma destas folhas pertence a uma planta diferente




Foto 09 - A parte de trás das folhas do "Dente-de-Leão




O Dente-de-Leão e a Fitoterapia

Qualquer pessoa minimamente familiarizada com a fitoterapia (uso de plantas e seus preparados para fins medicinais) conhece o Dente-de-Leão e a sua altíssima reputação como planta medicinal usada para tratar o fígado, a vesícula e, em geral, todo o aparelho digestivo e o urinário.

Porém, mesmo entre essas pessoas, são poucas as que sabem identificar a planta e reconhecê-la se a encontrarem por aí. Vende-se muito em saquinhos de plástico, seca, para fazer chá (infusão). Mas há muitas pessoas que a compram seca mas que a tratam como erva daninha e a desprezam, se a encontram na sua horta, no seu jardim, etc. A ignorância é uma coisa terrível... É a maior fonte de problemas e de dificuldades de cada indivíduo...



O Dente-de-Leão chega a ser considerado, por algumas pessoas, como uma "praga" porque "invade" jardins, relvados, matas, hortas... e até as beiras das estradas, de ruas e os passeios. Essas pessoas ignoram que esta “erva daninha” é uma verdadeira super "planta medicinal" e alimentar; é muito nutritiva e tem importantes qualidades medicinais.




Foto 10 - Dente de Leão, Taraxacum officinalis L. Planta com flor





Cultivo e Colheita: multiplica-se principalmente por sementes. Semeia-se directamente no canteiro definitivo ou semeia-se em sementeira e faz-se o transplante. Planta-se preferencialmente em canteiros para facilitar a colheita. Deve-se semear ou transplantar no Outono, porque prefere clima frescos e chuva, favorecendo o crescimento.








Foto 11 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L. As flores transformam-se em sementes que voam facilmente com o vento



Foto 12 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L - As flores transformam-se em estruturas globosas formadas por frutos secos do tipo esquénio com estrutura alada constituída por um estilete muito fino com pêlos sedosos que voam facilmente  espalhando-se com o vento... Ou soprados pelas crianças no jogo "o teu pai é careca?"




O Dente-de-Leão trata uma infinidade de "maleitas". É utilizada principalmente para tratar problemas do aparelho digestivo e urinário, com especial destaque para os problemas de fígado e de vesícula.

Pobre em calorias, com valor nutricional extremamente alto é um excelente auxiliar nos tratamentos de emagrecimento, . O dente-de-leão contém mais valor nutritivo que a grande maioria dos outros vegetais. É particularmente rico em vitaminas, minerais, proteínas, inulina e pectina. O seu conteúdo de carotenóides é extremamente elevado, o que se reflecte no seu elevado teor de pro-vitamina A (mais alto do que o da cenoura). Para além disso, o dente de leão é rico em vitamina C, riboflavina, vitamina B6 e tiamina. Contém também cálcio, potássio, cobre, manganês e ferro.
O fígado é o órgão mais beneficiado com o uso desta planta, que estimula a eliminação das toxinas e a desobstrui os canais biliares.



Foto 13 - A flor do Dente-de-Leão. 



A extraordinária popularidade do uso do dente-de-leão para fins medicinais está intimamente relacionada com a sua capacidade para melhorar o trabalho do fígado, comprovada pela sabedoria popular e por muitas pesquisas científicas realizadas por todo o mundo, mas principalmente na Alemanha, onde a planta é muito popular.
Os tratamentos com os diuréticos convencionais (fármacos) provocam perda de potássio e enfraquecimento geral do organismo. Isso não acontece com o dente-de-leão que é também um poderoso diurético, mas tem propriedades remineralizante e é possuidor de um elevado teor deste mineral (potássio) na sua composição.

Foto 14 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinalis L


Partes Utilizadas: Toda a planta. Podem colher-se as folhas primeiro, e depois podem-se colher as raízes.

Princípios Activos: A composição do
 Dente-de-Leão é muito rica e importante do ponto de vista alimentar. Possui flavonoides, substâncias amargas (taraxacina, lactopicrina, taraxerina), inulina (de 1,5 a 3%), taraxacosídeo, fito-esterois (b-sitosterol, estigmasterol), lactonas sesquiterpénicas (folhas), derivados terpénicos (taraxasterol, taraxerol, b-amerina), ácidos (cafeico, clorogénico e cítrico), minerais (principalmente potássio, ferro, silício, magnésio, manganês, cobre, fósforo e zinco), livulina, pectina, saponinas, taninos, ácidos graxos (oleico, linolénico, linoleico, palmítico), resinas, vitaminas (A,B,C,D), endesmanolídeos, carotenóides (taraxantina).

Foto 15 - Há muitas plantas com flores semelhantes às do "Dente-de-Leão". Nesta foto está uma flor de "Dente-de-Leão" e outra semelhante doutra planta. As flores do "Dente-de-Leão" distinguem-se facilmente porque são maiores



Constituintes químicos:
Ácido caféico, ácido cítrico, ácido dioxinâmico, ácido p-oxifenilacético, ácido tartárico, ácidos graxos, alcalóides, amerina, aminoácidos, apigenina, carboidratos, carotenóides, cobalto, cobre, colina, compostos nitrogenados, estigmasterol, ferro, fitosterol, flavonóides, fósforo, frutose, glicosídeo (taraxacosídeo), inulina, lactucopicrina, látex, levulina, luteolina, magnésio, matéria graxa, mucilagem, níquel, óleo essencial, pectina, potássio, pro-vitamina A, resina, sais de cálcio, saponinas, silicatos, sitosterol, soda, sódio, stigmasterol, taninos, taraxacina, taraxacosídeos, taraxasterol, taraxerol, vitaminas: A, B1, C, PP, D; xantofilas.


Foto 16 - Dente-de-Leão. Uma flor  florida e uma flor "fechada" - talvez prestes a se transformar em frutos ou sementes que se espalharam com o vento...


Propriedades medicinais:
Alcalinizante, anódina, antianémica, anticolesterol, antidiarréica, antiescorbútica, antiflogística, anti-hemorrágica, anti-hemorroidária, anti-hipertensiva, antiinflamatória, antilítica biliar, antioxidante, anti-reumática, antiúrica, antivirótica, aperiente, bactericida, carminativa, colagoga, colerética, depurativa, desobstruente das vísceras abdominais, diurética, digestiva, estimulante, expectorante, febrífuga, fortificante dos nervos, galactagoga, hepática, hipocolesterolêmica, hipoglicêmica, laxante suave, nutritiva, problemas do fígado, sudorífica, tónica.




Foto 17 - "Dente-de-Leão", Taraxacum officinale




Acção Farmacológica e Indicações: 


  • No sistema digestivo, age como hepatoprotectora, colagoga (aumenta a secreção biliar em até 40%), tratamento das vias biliares, calculose biliar (preventivo e curativo), muito usada para tratar hepatites, corrige a hipoacidez gástrica, aftose de repetição, antidiarréica (principalmente nas diarreias agudas infecciosas ou por intolerância a alimentos gordurosos), favorece a eliminação de catabólitos via biliar e por isso considerado um depurativo biliar, discinesia biliar (vesícula preguiçosa), anorexia por atonia digestiva, quadro de cólon irritável e retocolites (alivia a dor, a diarreia e a obstipação), esplenite (inflamação do baço);
  • Nas dermatoses em geral, como furunculoses, abcessos, erisipela, urticária, psoríase, eczemas crónicos, celulite. Nestes casos pode ser utilizada interna ou externamente. 
  • A seiva leitosa serve para tratar verrugas e calosidades. 
  • Fortalece o tecido conjuntivo de sustentação e pode ser indicado em casos de artrites reumatoides. 
  • Possui acção diurética, preservando o equilíbrio eletrolítico, garantindo a reposição do potássio. Coadjuvante no tratamento das patologias urinárias e tumores da bexiga. 
  • Também age como hipoglicemiante nos diabetes; 
  • coadjuvante no tratamento da obesidade; 
  • aumenta a excreção e metabolização de ácido úrico e ureia; 
  • auxiliar nas dislipidemias (colesterol elevado); 
  • Aumenta a produção de leite materno. 
  • De forma geral age como desintoxicante, remineralizante, antioxidante, moderada acção antiinflamatória, antiviral suave, bactericida (conjuntivites, cistites) e antianémico.







Foto 18 - A flor do Dente-de-Leão vista de lado. 


O uso do Dente-de-Leão em Homeopatia


[Nilo Cairo] Cefalalgia de origem gástrica. Congestões hepáticas e icterícia, com a característica lingua geográfica. Debilidade, anorexia e suores noturnos, na convalescência de moléstias agudas, sobretudo tíficas. Um grande remédio dos gases intestinais; meteorismo. Câncer de bexiga. Esternocleidomastóideo doloroso à pressão.

[Voisin] Nas enfermidades hepatodigestivas agudas com fígado congestionado e sensível ao tacto, dilatação abdominal, flatulência gastrointestinal, suores nocturnos e profusos e fortes dores nos membros inferiores. Congestão hepatoportal crónica com congestão do fígado sobretudo do lóbulo médio. Endurecimento do sistema porta. Náuseas pelas gorduras. Irregularidade na secreção biliar.







Foto 19 -  "Dente-de-leão", Taraxacum officinale





Modo de usar:
infusão, decocção ou cozimento, macerado em vinho ou tintura.
Folhas:
- sumo (suco) das folhas: cálculos renais e fígado. 
Bater no triturador (liqüidificador) 4 folhas juntamente com 1 copo d´água e juntar algumas gotas de limão (a gosto). Tomar 2 a 3 colheres de sopa por dia.
- secas: 4 a 10 g três vezes ao dia junto com outros alimentos ou em infusão.
- infusão: 10 g de folhas por litro de água, como tónico e depurativo. Tomar 3 chávenas (xícaras) de chá por dia.

Uso externo: vitiligo.
- As folhas mais novas e tenras são usadas em saladas; as folhas mais velhas, são cozinhadas e comidas como qualquer outra verdura;
Flores:
- Cozinhadas com outros alimentos.
- em saladas, maioneses e geléias;
Sementes:
- torradas e moídas, podem ser usadas como "café de chicória".
Rizomas:
- comidas cruas ou cozidas, cortadas em fatias.
- deixar macerar durante um dia 1 colher de chá de raízes secas numa chávena (xícara) de água. Tomar meia chávena (xícara) antes das refeições: desintoxicante hepático e depurativo;
- 2 a 3 colheres de chá de raízes secas num copo de água, 250 ml. Ferver 10 a 15 minutos. Tomar 3 vezes ao dia.
- uma colher de chá de raízes secas em meio copo de vinho tinto seco. Deixar macerar 10 dias. Tomar um cálice antes das refeições: aperiente (abre o apetite);
- raizes pulverizada: 1 g por dose, 4 g por dia. Consumir juntamente com outros alimentos
- extracto fluido: 30 gotas, 3 a 4 vezes ao dia.
- macerar uma colher-de-chá de raízes picadas numa chávena (xícara) de água, durante uma noite. Ferver no dia seguinte cerca de 1 minuto. Tampar e deixar arrefecer (esfriar). Coar e tomar meia chávena (xícara) em jejum e o restante após o pequeno almoço (café da manhã) no mesmo dia: depurativo e desintoxicante;
- tintura *(1:5): 5 a 10 ml em 25% etanol, 3 vezes ao dia.
Raízes e folhas:
- 2 colheres-de-sopa de raízes e folhas picadas, em 1 litro de água. Ferver por 3 minutos, tampar até esfriar. Coar, tomar durante o dia, dividido em várias doses: para efeito diurético.
- tintura mãe: 50 gotas, 3 vezes ao dia.
Raízes, flores e folhas novas podem ser consumidas cruas em saladas como estimulante da digestão.
Todas as partes da planta, seca, pulverizada: 1 g por dose, 3 a 4 vezes ao dia.
Distúrbios da função digestiva; diurético : coloque 1 colher de sopa de raízes picadas numa chávena de chá de água. Deixe em maceração dum dia para o outro. No dia seguinte deixe levantar fervura, desligue o lume e coe. Tome meia xícara de chá de manhã, 30 minutos antes do pequeno-almoço (desjejum) e a outra metade, 30 minutos após o desjejum.




Foto 20


Distúrbios da função digestiva; diurético : coloque 3 colheres de sopa de raízes e folhas picadas numa garrafa de vinho branco. Deixe em maceração 10 dias e coe. Tome um cálice, antes das principais refeições.
Afecções da pele do rosto; irritação dos olhos : coloque 1 colher de sopa de raízes picadas numa chávena (xícara) de chá de água. Deixe ferver 5 minutos. Coe e adicione uma colher de sobremesa de mel. Aplique no rosto e também nas pálpebras, com um pouco de algodão, 2 vezes ao dia sendo, de preferência, uma à noite antes de deitar.
Reumatísmo; artrite reumatóide; gota; dores musculares e da coluna; nevralgias; prostatites e contusões : numa panela com água a ferver, coloque uma peneira ou passador com um pano por cima, sem tocar na água. Espalhe sobre o pano uma mão cheia de folhas frescas picadas e tape. Espere que o vapor de água quente amorne o pano e as folhas. Aplique o pano com as folhas nas partes doridas, cubra com outro pano ou toalha e deixe agir durante toda a noite.




Foto 21 - Dente de Leão,Taraxacum officinale. Este nasceu no meio da relva. A relva foi cortada e o Dente-de-leão não teve tempo para crescer mais antes de florir...



Efeitos Colaterias:  não se recomenda usar internamente em casos de obstrução de vias biliares. Pode provocar hiperacidez gástrica nas pessoas predispostas. Evitar o uso em casos de úlceras gástricas.

* tintura (1/5) significa que se junta uma parte de álcool etílico com 5 partes de ´
agua destilada (exemplo: um cálice de 50 ml de álcool com 5 cálices de água) colocar uma porção de planta para 5 porções de água+álcool. Deixar macerar durante cerca de 15 dias,coar e guardar em vidro escuro e fica preparada a tintura mãe...






Foto 22 - Este "dente-de-Leão" nasceu no meio das pedras. Esteve lindo nos dias de Sol. Como o tempo está cinzento as flores que ainda existem estão fechadas.





Foto 23 - Aqui vemos a flor do "dente-de-leão" fechada, à noite. De dia esteve linda como se vê aí em cima na foto 19. De noite fechou e, por um qualquer fenómeno que não percebi, ficou deitada para este lado de modo que mal se vê a planta


Dos textos consultados ficamos a saber:

  • que é alimento predilecto para pintassilgos;
  • Os cabouclos usam-no para juntar com o feijão porque facilita a digestão de pratos pesados;
  • Diz-se que o sumo (suco) da planta auxilia no tratamento da doença de Parkinson;
  • Que não há referências ao dente-de-leão nos livros da antiguidade (certamente teria outro nome?);
  • Que existem estudos para usar o dente-de leão na produção de latex por ser mais barato;
  • Que se podem usar as raízes para tingir...




Foto 24 - Dente-de-Leão, Taraxacum officinale. O Dente-de-leão é uma planta inconfundível, única. Este foi o exemplar maior que fotografei. Estava num jardim público, à sombra uma boa parte do dia, com rega frequente... Já dava para uma boa salada. O Dente-de-Leão distingue-se pelas suas flores (fotos acima), pelo facto de não ter caule (as flores surgem na ponta de escapos, as "antenas" que se vêem aí nas fotos); pelo facto de os escapos serem ocos, pelo facto de as suas folhas serem segmentadas e o segmento terminal ser aproximadamente triangular. Nestes casos, quando a planta se desenvolve bem, as folhas maiores são pouco segmentadas, mas têm umas saliências a "denunciar" a forma aproximadamente triangular do segmento terminal...



Referências:

Manual de Identificação de Plantas Infestantes

Manual de Plantas Infestantes - Cultivos de Verão

Centro Vegetariano... através de:

Coisas de Boticário... nota: neste texto a foto NÃO é de "dente-de-leão" e nem o nome é comum a várias espécies...

Wikipédia

Dias da Cruz

Oficina de Ervas

A minha caminhada na terra

Nós os Cachorros

Naturae


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domingo, 14 de outubro de 2012

Erva de São Roberto “Geranium robertianum L”



Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”


Taxonomia:
Nome Latino: Geranium robertianum L.
Divisão: Magnoliophytas
Classe: Magnoliopsidas
Ordem: Geraniales
Família: Geraniáceas



Foto 1 - Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”
florida, em meados de Agosto (no meio de Agosto)


sinonímia: Robertiella robertiana Hanks

Outros nomes populares: Gerâneo, Erva-robertaBico-de-grouBico-de-grou-robertino, Erva-de-São-Roque, Salsa milagrosa, pássara (na Ilha da Madeira)



Foto 2 - Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”
Só as folhas e uma florzinha aparecendo timidamente... foto tirada no início de Julho


A Planta


Erva de S. Roberto é uma...
Planta herbácea anual: nasce, cresce, floresce, dá sementes e seca entre Abril e Setembro (na Europa);
Mede entre 10 cm e 40 cm de altura;



Foto 5 - Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”
Os caules "avermelhados"

Possui caules avermelhados e ligeiramente aveludados.
As folhas são alternas, pentagonais muito recortadas, de pecíolo longo, com forma e tamanho que fazem lembrar as folhas da salsa (semelhantes às folhas da salsa). 
As flores têm pétalas de cor rosa-violáceo (ou rosa malva) e corola amarela; são 2 flores por pedúnculo com 5 sépalas erectas, 5 pétalas inteiras e estriadas, 5 estigmas... (a planta deveria ter algum nome com "penta"...).
As sementes formam cinco carpelos com extremidades ponteagudas que lembram o bico de um grou. Por isso, no Brasil, também é conhecida por “bico-de-grou”. 
Os caules, muito frágeis, são mais avermelhados junto à raiz.
A planta cresce formando moitas (planta de pequeno porte com ramificação densa e abundante a partir da raiz);
As folhas têm cor verde, são triangulares, palmadas, com 3 a 5 segmentos lobados;




Foto 6 - Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”
Agora a planta cresceu e já não se vê a parte avermelhada dos caules (os que saem directamente da raiz) apenas nos nós das ramificações se percebe o avermelhado.

Cresce espontaneamente, com abundância, entre nós. Nos jardins, hortas e noutros terrenos. 
Mas também há quem a cultive. 
Semeia-se na primavera. Não é exigente quanto às características do solo (dizem); tolera o sol pleno mas prefere a meia sombra, ou mesmo a sombra completa....
Cresce em terrenos baldios (desde que tenham humidade suficiente) mas adora ser regada com regularidade, por isso aparece em jardins e hortas, generosamente, mesmo sem ser plantada. 
Nesta altura, Outubro, não existe. Secou.


A erva de S. Roberto tem um cheiro característico, "adocicado". A gente cheira e apetece comê-la. Tem uma vibração boa...

Propriedades e Usos Como Planta Medicinal



Propriedades Terapeuticas:
Antiséptica; anti-inflamatória; antibacteriana; antidiarreica (devido aos taninos* que contém); anti-cancerígena; diurética, purificadora do sangue...
Adstringente, anti-espasmódica, diurética, hemostática, tónica, vulnerária

Princípios activos: taninos, óleo essencial, substância amarga, ácidos orgânicos e vitamina C.



Foto 3 - Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”
Nasceu espontaneamente, no resto dum vaso de plástico que o sol degradou, num resto de terra que por lá foi ficando. No início (quando me apercebi da sua existência e identifiquei) eram apenas uns quantos caules, dum único pé (duma única raiz)....



Usa-se para tratar:
Aftas, anginas, problemas da boca; cancro, diabetes, diarreia rebelde, dermatites, eczema supurante (eczema húmido), feridas, hemorragias (incluindo pulmonar e nasal), nefrites, olhos, prisão de ventre, rouquidão, hemorróidas, úlceras de estômago e duodeno, colite, hipermenorreia (menstruação abundante), reumatismo, gota, cálculos renais (pedra nos rins), ...
É purificadora do sangue, cardiotónica, antioxidante e vitamínica. Usa-se para combater a celulite e como vermífego ou laxativo quando tomada em jejum.





Foto 4 - Erva de S. Roberto - “Geranium robertianum L”
Nasceu espontaneamente, num resto de vaso, num resto de terra... No início  eram apenas uns quantos caules (foto 3)... Depois teve direito a mudar de vaso e, generosamente, os caules foram-se multiplicando até taparem o vaso por completo. Apenas um pé; uma única raiz...



Como usar: 

Esta planta é vulgarmente utilizada para fazer chá e é comprada seca para esse efeito, porque a maioria das pessoas a desconhece, não sabe identificá-la e, por isso, sabendo das suas propriedades, compram a planta seca e não aproveitam o que a natureza dá... de borla
Obtêm-se melhores resultados (maior eficácia) usando a planta fresca.

Se tem acesso à planta fresca, use-a em sumos, saladas, esparregado, ou simplesmente infusão com a planta fresca... dentro da sua época.
Para fornecer-se de planta seca para o resto do ano deve:
colhê-la enquanto está em flor, em dias secos, e secá-la à sombra mas longe de humidade, evidentemente. Isto porque a planta é muito tenra e deteriora-se facilmente se não secar rapidamente...

Pode utilizar-se em forma de gargarejos para aliviar dores de garganta, inflamação da boca e das gengivas, incluindo sangramento das gengivas (piorreia).

Em forma de compressas, pode ser aplicada sobre vista inflamada e também para extrair furúnculos e impurezas da pele e para cicatrizar feridas. 


Para aplicar na pele (como cicatrizante ou para tratar dermatites) faça sumo da planta fresca e aplique, ou faça infusão da planta fresca ou seca e aplique compressas. Também pode esmagar a planta e aplicar...

Para aftas, anginas, dor de dentes ou problemas da boca e garganta, faz-se infusão para gargarejar.

Para uso interno faça chá com cerca de 15 gr de planta para um litro de água. Não necessita ferver. Apenas deixa levantar fervura, com a planta ou só a água para verter sobre a planta.

Tome nota desta receita tradicional para curar o cancro: misturar a planta seca com ovos e dar aos doentes como refeição. Conheci um caso duma senhora que diz ter curado um cancro com erva de S, Roberto, consumindo em grande quantidade, quase diariamente: bebia chá e misturava na comida, fazia esparregado, etc. com a planta fresca.


Esta planta é realmente uma dádiva do Criador... e há quem a despreze como se fosse erva daninha e a pise se a encontra por aí...

Outros usos: (Dizem que) as folhas frescas, esmagadas e aplicadas na pele, funcionam como repelente de insectos. A planta inteira é usada para produzir tinta, de cor castanha.

.../....
A erva de S. Roberto é usada como planta medicinal desde há séculos:

Era muito conhecida na Idade Média; era utilizada em rituais de magia e sobretudo na farmacopeia, para curar problemas relacionados com o sangue, devido à cor avermelhada dos caules (e das folhas quando expostas ao sol em demasia). Era usada para purificar o sangue, estancar hemorragias e curar problemas de fígado.

Foi muito utilizada pela grande conhecedora de plantas Santa Hidelgarda de Bingen, nascida na Alemanha em 1098. Entre os vários tratados que escreveu, consta um livro Causue et Curae, onde se podem estudar muitas teorias e descrições de curas ainda válidas nos dias de hoje.

Na América do Norte, onde é conhecida por cransbill ou bico de cegonha, era já usada pelos índios Cherokees, principalmente para cicatrizar feridas. Os índios Iroquois e Chippewa usavam a raíz para tratar problemas de diarreia.

É ainda conhecida e utilizada na China para tratar problemas gastrointestinais.

..../....


Notas:
* Os taninos têm uma forte acção adstringente e vaso-constritora, formando uma camada protectora nas paredes interiores do intestino e nas suas membranas mucosas, contraindo os capilares e reduzindo a perda de fluido

Referências:

gforum.tv

O cantinho das Ervas

Centáurea de Reva

O Jardim da Dama do Lago






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domingo, 19 de agosto de 2012

Na Primavera... A Natureza espontânea

PAPOILAS


Malvas em flor


Malvas em flor



Gostaria que este texto "inspirasse" um "réquiem" pela natureza


Na Primavera... A natureza, espontânea, todos os dias surpreende... Onde a deixam ser "natureza"

A maioria das Fotos que se seguem foram tiradas em terrenos baldios... que deixaram de existir. Estão, actualmente tapados por várias camadas de alcatrão (e outros produtos) e transformados em campos de ténis.
Portanto, algumas destas fotos são únicas e irrepetíveis.

Ainda em pleno Inverno (em Dezembro e Janeiro) apareciam as flores vermelhas desta espécie de lírios




 Estes terrenos já não existem... Estas flores também (ainda?) não voltaram a aparecer no terreno que resta...






Nesta foto um belo conjunto de flores amarelas, de pétalas amarelas sobressaindo no meio duma outra planta de flores brancas.

No final do inverno e início da primavera, por aqui era o domínio absoluto das flores amarelas (as flores da alface brava e as da serralha, entre outras). A seguir  apareciam as margaridas ou malmequeres... de flores amarelas, juntamente com outras flores. As flores brancas, vermelhas, azuis, vêm (vinham) depois




Era o domínio destas flores amarelas. Estão aqui 3 tipos de flores de 3 plantas diferentes...


Estas são as folhas das 3 plantas de cujas se apresentam as flores acima




Aqui apenas uma das 3 plantas...

Depois vinham as flores brancas e doutras cores


Na primavera era assim. Um tapete de flores brancas "cheirosas". Andava-se por aí e era-se invadido pelos cheiros destas flores






Nesta foto, uma espécie de "bouquet" com flores de várias tonalidades, predominando o branco, mas que pertencem à mesma planta. Todos estes locais deixaram de existir e estão agora submersos debaixo das várias camadas de alcatrão (e outros).



Nos mesmos terrenos, mas já bem dentro da primavera, esta planta cujas folhas se assemelham às folhas do Freixo, exibia as suas lindas e cheirosas flores vermelhas.



Antes de aparecerem as flores...


Pormenor das folhas


Agora já só se vêem as flores... e as gramínias apontando para o céu




As flores mais de perto



Já não é o seu domínio exclusivo mas ainda aparecem flores amarelas


E outras cores


Um cardo de flor vermelha



E a Cicuta espreitando em toda a parte...

Por falar em cicuta...

Fotografei muitas cicutas nos terrenos já referidos e não só. A cicuta, enquanto pequena, é muito semelhante à salsa. Distingue-se pelo cheiro e também pelo formato da folha...



Fotografei muitas cicutas mas esta fotografia, obtida nos referidos terrenos, é única. No centro da imagem vê-se uma cicuta que mede mais de 3 metros de altura. Foi a cicuta maior que já encontrei até hoje... e duvido que haja maior.





Flores Amarelas (tipo malmaquer), flores brancas e azuis também...



Aqui dominam as alcachofras. Todos os anos estas formidáveis plantas secavam, no verão, para voltarem a eclodir, no ano seguinte, exoberantes, da forma que se vê nesta foto...





As flores das alcachofras que, depois de florirem, já não servem para a mesa; pouco se "aproveita" de comestível


Depois, muito depois do início da primavera, aparecem finalmente as lindas papoilas, aqui rodeadas de flores amarelas, vulgarmente chamadas margaridas ou malmequeres, neste caso as flores da artemísia abrótano... salvo erro.


E novamente as papoilas. Este é um outro "bouquet". Quando as papoilas "aparecem" é impossível ficar indiferente.



Este cardo que haveremos de ver florir (aqui em Baixo), é lindo quando começa a desabrochar, com os seus matizes do tipo "variegata".


O mesmo cardo, agora já bem crescidinho e com flores: uma aberta e as outras "em botão" (ainda fechadas).


Aqui um lindo "bouquet" de flores de malvas... Na verdade este "bouquet" apareceu na sequência das obras de reposição do Passeio referido Aqui, passeio que se situa nos limites do tal terreno. A terra foi toda revirada e, no meio da aridez, de repente, surgiu este lindo "bouquet".







Pelo meio daqueles terrenos havia um campo... que foi de futebol, e que estava abandonado havia vários anos. Nos acessos e zonas circundantes rompiam, por entre os mosaicos algumas flores lindas... como esta planta de flores azuis quase roxas.










Junto ao muro do referido campo de futebol...



Outro "bouquet"



Mais um lindo "Bouquet"









Agora que os campos estão submersos, as beiras dos caminhos também "servem"




















Mais um cardo diferente. As flores deste são amarelas.






E, é claro, Não podia faltar o Funcho que aparecia por aí abundantemente





Ainda o Funcho




A folha do Funcho





Em contrapartida, nos Jardins Públicos, é a desolação... ou quase. Como ilustra a foto seguinte




Um jardim público. Ao mesmo tempo que a natureza floria por todo o lado... isto era (é) um jardim público... onde só se permite que cresça a relva... Estranho conceito de jardim público





APELO!

Participação Cívica e Direitos Fundamentais:
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